segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Lembro do dia que li esse poema de Drummond e senti como se acabara de ter uma aula de um mestre...

Procura da Poesia (Carlos Drummond de Andrade)
Livro: A rosa do povo

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escuro
são indiferentes.
Não me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

VAMOS NOS PERMITIR


Quando penso nas restrições que nós mesmos criamos,
Nas regras e imposições que nos prejudicam,
Tenho ânsia de arrancar isso de dentro de mim,
Como se fosse uma simples pecinha de “Lego”.

E quero superar...
Mudar !
Quero ser mais livre para a vida
Menos angustiada com cobranças
Mais leve para sorrisos

Para que eu possa amar
Para que eu possa rir
Para que eu possa viver

sexta-feira, 20 de julho de 2007


“Esquecemos o valor de estar em paz com alguém, de aprofundar um relacionamento,
de ficar quietos lado a lado sem que isso seja um problema”.

Fonte: Deitando no divã para aprender a amar. Juliana Dacoregio
http://www.doqueelasgostam.com.br/artigos

Hoje quando li essa frase fiquei tão surpresa de como não valorizamos o que deveríamos.
Perdemos tanto tempo com ciúmes, estética, o que ele falou ou deixou de falar.
E esquecemos do mais importante, o sentir...a verdade do amor...

Uma boa semana a todos

sábado, 30 de junho de 2007

EU LI SIM



"Quando Nietzsche chorou" - Irvin Yalom

Eis algumas frases que gostei e destaquei.

“Somente quando consegue viver como águia, sem absolutamente
qualquer público, você consegue se voltar para outra pessoa com amor; somente então
é capaz de se preocupar com o engrandecimento do outro ser humano.”pág 372


“Perdoe-me se pareço impaciente, mas existe um fosso, um imenso fosso,
entre saber algo intelectualmente e sabe-lo emocionalmente.”pág 280


“(...) Dostoievski escreve que algumas coisas não devem ser contadas,
exceto aos amigos; outras coisas não devem ser contadas mesmo aos amigos;
finalmente existem coisas que não se contam nem a si mesmo!” pág 310

sexta-feira, 22 de junho de 2007



Quanto mais procuro compreender a vida,
Vejo o quanto não existem regras de compreensão.
Porque não sabemos quando e como vamos morrer
Não sabemos onde vamos encontrar nosso grande amor
Não entendemos o porquê das dificuldades
E nem conseguimos prever as surpresas que nos surpreendem.

Voltas e reviravoltas da vida,
Decepções que nunca esperávamos
Sonhos realizados quando não tínhamos mais esperança
Notícias de quem lhe fez bem ou mal...

Lições que a vida nos traz..
Mistérios que ela possui
Isso me fascina!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Simples e poucas palavras... profundidade e beleza em poesia:

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabena cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabeno breve espaço de beijar.
(Carlos Drummond de Andrade in “Amar se Aprende Amando”)

sábado, 2 de junho de 2007



Uma mensagem para o final de semana:

“Toda vez que o amor disser
Vem comigo
Vai sem medo
De se arrepender
Você deve acreditar
No que eu digo
Pode ir fundo
Isso é que é viver
Cola seu rosto no meu, vem dançar
Pinga seu nome no breu pra ficar
Enquanto se esquece de mim
Lembra da canção
Enquanto se esquece de mim
Lembra da canção
Ó lua bonita no céu molha o nosso amor”

Trecho Da Música CHUVA DE PRATA (Ed Wilson - Ronaldo Bastos)

sexta-feira, 1 de junho de 2007

CARPE DIEM

Carpe Diem quer dizer "colha o dia".
Porque a vida não pode ser economizada para amanhã.
Acontece sempre no presente.

Carpe Diem
Significa viver...
Ter um dia produtivo

É a vontade de dormir sorrindo
Carpe Diem é a força de superar problemas
De buscar mais dessa vida
De acreditar na bondade
E praticá-la...

Carpe Diem é olhar nos olhos
É caminhar devagar
É vislumbrar o pôr do sol
É se apaixonar
É se presentear
Carpe Diem é viver!!!

domingo, 27 de maio de 2007


Li na revista UMA desse mês uma matéria sobre os sete pecados capitais...
E me chamou atenção um trecho falando sobre a preguiça:

“Tirar um dia da semana para dormir até mais tarde, alugar uma comédia
despretensiosa apenas para dar risada, sentar na varanda e ficar olhando o sol se pôr.
Você não precisa pedir demissão e passar o resto da vida sem rumo, mas se permitir
alguns momentos de desfrute preguiçoso..Vai muito bem!” Revista Uma;Maio/2007

Tantos dias lindos vão passando,
E nem percebemos...
Porque trabalho, problemas vão nos consumindo

VAMOS NOS PERMITIR !!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Como estou com pouco tempo para escrever aqui... deixo um presente de Fernando Pessoa:

Não sei quantas almas tenho
(Fernando Pessoa)


Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

As coisas que eu não sei

Desde muito tempo tenho convivido com a característica do perfeccionismo. Algo tão nocivo
quanto uma doença.
Sim, pois ser exigente, organizada é uma coisa bem diferente do que se culpar, não aceitar
seus próprios erros e “bitolar” na idéia fixa de cobrança consigo mesma.
Mas não tardou muito para que alguns livros e muitas reflexões começassem a mudar esse
conceito de vida.
Então, aprendi a dizer que não sei (para quem é perfeccionista sabe o quanto essa frase dá
calafrios). E, resolvi exercitar isso em meu blog.
Eis uma lista das coisas que eu não sei, não fui e não entendo:

Não entendo de bebidas;
Não entendo de carros (minha identificação se restringe ao tamanho e cor deles);
Não falo inglês (estou em treinamento);
Nunca fui no Beto Carrero ( e acho que não perdi nada)
Não fiz pré, jardim, crisma nem festa de 15 anos;
Não sei a diferença dos 300 tipos de música eletrônica.
Não sei cozinhar
Não sei nadar
Não sei tricotar
Não sei andar de bicicleta (só correr de roller, rs)

OBS: Não estou excluindo a possibilidade de um dia riscar algo dessa lista porque aprendi
(algumas não tem volta), mas quero simplesmente mostrar que a cobrança da perfeição é a prisão da alma...

domingo, 6 de maio de 2007

"Ando devagar porque já tive pressaE levo esse sorriso porque já chorei demaisCada um de nós compõe a sua históriaE cada ser em si carrega o dom de ser capaz...De ser feliz" Almir Sater


Ouvi essa música esses dias e esse trecho me chamou a atenção...


Me fez imaginar qual história estamos escrevendo,
Quais as imagens que podemos ilustrar esse livro de nossa vida?
Quantos capítulos poderemos escrever?
Espero que em minha vida tenha muitos
Para escrever as tantas coisas que vi e ouvi
Para descrever as tantas emoções que senti
Os inúmeros lugares que percorri em toda minha vida
Vida intensa, muitas histórias, um diário de bordo...

Como será a minha história?
Como poderá ser descrita a vida de Beatriz?
Quantas páginas vou querer arrancar desse livro?
Quais as trilhas sonoras?

Fico intrigada o quanto a vida é imensamente valiosa...
“E cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”
Temos dentro de nós o tesouro
A capacidade de fazer de nossa história uma bela escrita,
E basta termos sensibilidade para ver isso.

BEATRIZ VIEIRA

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Com unhas e dentes


Vou brigar com unhas e dentes
Pela minha felicidade!

Por quê ?
Meu objetivo é isso !
Aos diabos o que diz o horóscopo!
Cale a boca malditos que me invejam!

Posso ter voz branda
Mas tenho alma de quem luta
E palavras estridentes
E se for preciso derrubo ao chão
Os obstáculos, as adversidades

Não acredito em vitória sem batalha
E nesta vida de que nos vale somente torcer ?
Sem mediocridade e ignorância
Vamos agarrar a beleza de sorrir

segunda-feira, 23 de abril de 2007

"O sucesso e o amor preferem o corajoso". Ovídio
FOTO: Dimitri Vervitsiotis

Coragem é um acessório essencial
Para buscar novos horizontes,
Para viajar sozinha
Para pedir desculpas
Para morar sozinha
Para dizer não
Para dançar
Para buscar amizades
Para ligar de madrugada
Para mudar a cor do cabelo
Para roubar um beijo
Para falar em público
Para pensar diferente
Para viver...

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Vire as costas e vá embora!

Dissimulação?
Mentira?
Confusão?
Estou caindo fora..

Vira as costas e vai embora!
Nome de uma comunidade no orkut que adotei

E é isso mesmo...
Todas as pessoas merecem sua chance
Mas têm algumas que não te merecem
Então
Vira as costas e não olhe para trás

Acredito que a vida traz pessoas ao nosso convívio
Se não temos sensibilidade para ver ali um (a) grande amigo(a),
Ou até um grande amor
Lamento, mas a vida os leva para outros caminhos

Não tenha arrependimento de ter virado as costas
Melhor é olhar para frente
Talvez você até cruze novamente lá na frente com as pessoas ou situações
But...
Antes, aprenda a ir embora

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Não tenho medo de mudar... nem de voar alto

Ultimamente tenho ouvido
Como você mudou !
Puxa...
Tais tão diferente...

E sim, eu estou diferente
Porque não passo indiferente pela vida
Conheço pessoas novas,
Absorvo o que de bom elas tem
Eu aprendo melodias novas
E danço novas músicas

E não terei medo de mudar
Se eu não sabia contar piada
Nem me maquiava
Eu aprendi

Se eu tinha uma opinião sobre algo
Eu tenho direito de mudar

And darling...
Eu não ficarei receosa,
Vou aprender a ser uma pessoa melhor
Porque esse é meu anseio
Voar alto como águia
Vislumbrar novas paisagens

Eu aprendo sim
Porque novos horizontes me aguardam

quarta-feira, 18 de abril de 2007

CARTAS AO AVESSO


Tenho hábito de escrever cartas
Se são entregues ou não, isso é um detalhe
Para quem?
Para todas as pessoas que marcam minha vida
Amigos e amigas
Para parentes, para mestres
Para meu anjo, para seres inanimados
Para esses homens que me tiram de órbita

Cartas de desabafo
Onde escrevo tudo que percebi sobre aquela pessoa
Parece uma carta de despedida
Mas é um registro

A caixa das cartas está lá
Talvez um dia eu as envie todas
Ou as queime
Ou as reescreva , se tal pessoa reescrever na minha vida uma história diferente.
Quem sabe? Cartas ao Avesso?

É o costume de escrever
É a lembrança gravada em palavras de sinceridade.
Quem sabe você não é um destinatário?

segunda-feira, 16 de abril de 2007

16/04/2007 - MEU ANIVERSÁRIO

Caçador de Mim (Milton Nascimento)

Por tanto amor

Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobriro que me faz sentir
Eu, caçador de mim

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Maria Juliana Dacorégio

Maria Juliana Dacorégio

Uma das minhas melhores amigas, essa mulher que exala sua beleza exterior, também demonstra que seu interior possui qualidade e destreza através de suas críticas. Formada em jornalismo, essa querida amiga traz hoje a prova de seu talento para as letras.
Site: http://somanypiecesofme.blogspot.com



Os outros estão errados

O carro não pode estar sujo
A cara não pode ter espinhas
As contas têm que estar em dia
E as roupas na lavanderia

O chão? Sem poeira!
A pia? Sem louça!
A comida? Só cozida!
Os potinhos? Sempre bonitinhos.

Cabelo cortado
Barba feita
Terno engomado
Postura perfeita

Não posso sentir frio
Não posso sentir dor
Não posso virar o pé
Não posso falar de amor

Plano de saúde
Cama arrumada
Quadros alinhados
Casa perfumada

Mas os interesses foram trocados
A opinião, equivocada
Gratidão é pouca
E as conquistas... não são comemoradas.

Maria Juliana (Agosto/2004)

terça-feira, 10 de abril de 2007

Suyan de Oliveira de Melo Faria

Suyan de Oliveira de Melo Faria

Suyan é o tipo da pessoa que em uma conversa fala naturalmente de Chico Buarque, Drummond, Vinícius e tantos outros poetas como se fosse seus colegas de infância. Isso mostra o quanto ela é realmente íntima da poesia e da leitura. Grande vencedora dos concursos da Acle e revisora do Clube Amigos das Letras (SP) essa escritora de Araranguá é digna de aplausos.
Contato: suyan@contato.net


Agonia da Criação

Derramadas (parece que) doidivanas
As palavras na tela, no papel surgem
Ásperas, irônicas, delirantes
Aparentando precisão de bisturi
E quase nunca tão exatas
Quanto latejantes n’aflita mente
Os sentimentos sem nome

Mas há tanta ingenuidade no mundo...

O leitor ingênuo supõe-se condoído
Por mera empatia à Agonia Criadora
Mas jamais saberá precisamente
Quanto Ela dói a mais na fonte
Quanto a poesia arde em excesso
Antes mesmo de ter um corpo
Enquanto é só aparição, impertinência
Demônio com urgência de nascimento
Tormento inadiável do poeta alumbrado.


Revista Acadêmica VIII, 2006
(Prêmio 1º Lugar Poesia – Categoria Adulto)

Guilherme Triches

Nesta terça-feira, mais um talento aqui do sul:GUILHERME TRICHES:
Esse criciumense apaixonado por futebol mostra em seus escritos a irreverência da vida cotidiana com uma visão minuciosa e por vezes divertida.Formado em Jornalismo e Ed. Física, ele já teve seu talento reconhecido através de premiação da Academia Criciumense de Letras.
Guilherme, lhe desejo sucesso e muita inspiração ! Saudações literárias..




Bolas

Senta. Levanta. Ajoelha na santa. Reza pro mulato.
Filho, família e comida. Jogo sujo. Vitória, só se ganhar.
Meio-azulejo. Porta pichada. Uniforme sujo.
No vestiário, um bestiário.
Beque grosso. Angu de caroço. Vai desandar.
Dez degraus até o campo. Mais degraus. Mais na vida.
Mulher reclama. Moleque clama. Ferida inflama. Amor à Flâmula. O futebol.
Enfim, o gramado. Três saltitos e o sinal da cruz. Tudo de direita.
O pé que acordou? O esquerdo.
Sem macarrão, não tem carrinho. Sem cafezinho, não tem marcação.
Apito inicial. Redonda rolando quadrada. A Ex o enquadra. Tira pra escanteio.
Torcida grita. Técnico grita. O Zé da padaria grita, o dirigente.
Telhado lotado. Telhado careca. Brasil: terceira divisão.
A kombi chega. O jogo rola. Ladeira a baixo. Eta Campo-ladeira!
Canela fina. Canela grossa. Short curto e camisa rasgada.
Dente serrado sobe a serra. Derrota. Volta a pé, mas o jogo continua.
Superação em campo. Tapeação na vida. Cotovelada, chutão e substituição:
Atacante por volante. Querem ver gol, e cifrão, e comida, e casa, e promoção.
Banco desolado. Campo? Motivação. Banco me cassando. Campo? Já era...
Sucesso, que não tive, cresce os olhos. Os olhos da cara. Tudo caro.
Mulher chega com o moleque. E a sogra, o sogro e o cunhado vadio.
Bicho preguiça. Derrota. O bicho não vem.
Mulher chinga com o moleque. Sogra grossa, sogro sancho e o cunhado vadio.
Alambrados. Brados. Cabeça cheia. Juiz ladrão.
Invasão, confusão e distração. Aqui, marco. Lá fora, sou marcado. O que fazer?
Time perde. Perde, perde e perde. Salário vem em pão.
Pensão. Pra morar, pra pagar.
Pênalti. Dor de barriga. Gol paliativo. Dor incurável.
Máquina do tempo.
Nova gravidez. Velho problema. Prorrogação...
Torcida chinga. Técnico esbraveja. Zé fali. Padaria fecha. Não tem pão.
Sem jogo, com vida. Sem Midas, comida e azulejo.
Contratação: sacristão.
Senta. Levanta. Ajoelha na santa. Reza pro mulato.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Cármen Neves

Como havia comentado, essa semana será somente de publicações de meus amigos escritores. Para iniciar a semana, apresento-lhes:

Cármen Neves

Site :
http://www.carmenneves.prosaeverso.net

Nascida em Porto Alegre, essa amiga adotou Criciúma como sua morada.Autora dos livros “ Pensando em Ti”, e “A Magia do Farol”,além de participações em diversas antologias, Cármen está se preparando para a sua terceira obra: “Castelo dos Desejos”.

Uma escritora ousada e inteligente! Uma amiga muito querida.



Pensando em Ti ( do livro “Pensando em Ti)

Os momentos bons, são para serem lembrados sempre !

Então, respira fundo e lembra-te da manhã, tarde ou noite que está guardada ao lado das palavras tesão, desejo, excitação.Lembra-te de como ela estava vestida ou despida.Se havia música ou se, simplesmente, não ouviram.Se chovia ou se o céu estava limpo.Se ela dominava-te ou era dominada.Se seus gemidos eram altos ou baixos.Se ela contentou-se apenas com uma vez ou mais.Se seus corpos doíam com tanta força física ou se deliciavam com as carícias suaves e ousadas.Se foi na cama, no banheiro, no chão ou se ela estava encostada na parede, com a saia levantada e tu mordias seu pescoço.Não importa o cenário, nem de que jeito foi.O que importa é que até hoje, cada vez que essa lembrança surge em tua mente, teu corpo sente percorrer uma energia de puro êxtase.

domingo, 8 de abril de 2007

Amigos Talentosos

Nessa semana, a cada dia teremos uma obra diferente de meus amigos.
São escritores de estilos diversos, mas que tem em comum o talento em escrever.

Então, aguardem!!

quinta-feira, 5 de abril de 2007

"Que a felicidade te seqüestre para sempre, e que ninguém tenha dinheiro para pagar o resgate, só para você ser feliz eternamente"

Palavras de Carol (amiga do coração)

terça-feira, 3 de abril de 2007

sexta-feira, 30 de março de 2007

Eu prefiro as coisas simples



Eu gosto de molhar meus pés na água do mar,
Do barulho da chuva
Gosto da minha cama quentinha
Das coisas mais simples da vida

Adoro dar risada com minhas amigas
Gosto de cantar... mesmo que não tenha ritmo,
Ou mal saiba a letra.

Gosto de dar carinho
Receber beijinhos
Gosto de falar calmo
De tudo tranqüilo

Gosto de bons livros
De viagens com os amigos
De ficar sozinha em silêncio
Gosto de muitas outras coisas...

Mas enfim, gosto da vida assim...
Poesia também pode ser feita de palavras comuns
Obter felicidade também pode ser com coisas simples

terça-feira, 27 de março de 2007

Máscaras

Todo dia pedem um sorriso
Pedem que sejamos a pessoa mais feliz da cidade

Porque pessoas que pensam,
Que não falam o que está programado
São sérias demais, são chatas, não é mesmo?
Querem todos um sorriso amarelo e uma aparência de “está tudo bem”

Porque a hipocrisia é disfarçada,
Mesmo com a mentira deslavada
As criaturas foscas vão andando pelas ruas
Com seu nariz empinado e suas dívidas esquecidas

Fama de loucos e coitadas,
Seguem em frente
Com sua burrice a tiracolo
Olhar sujo da imundície da rua.
Uma notinha no jornal
Uma voltinha naquele carrão
Pobre alma...

Hipocrisia, que nojo!

domingo, 25 de março de 2007

O QUE SERÁ DE MIM?

Se tantas coisas que lhe imploro
Sem querer desaparecem
O que será de minhas falas?
Que se ausentam sem você

O que será de mim?
Se tua partida me faz alma ferida,
Se tua distância traz-me desalento

O que serão de meus poemas?
Quando as escritas forem melancólicas e vazias,
Linhas tristes já se fazem presente.
Acompanhadas de sinceras lágrimas,
E você sendo ausente...

O que será de mim?
Se assim, a inspiração também se retirar.
Pior, ainda.
Que será de meus olhos que não encontrarão mais o teu olhar?

"AO SOM DO TEU NOME" - Beatriz Vieira (eu)

sexta-feira, 23 de março de 2007

“Peço-lhe que tente ter amor pelas próprias perguntas, como quartos fechados e como livros escritos em uma língua estrangeira. Não investigue agora as respostas que não lhe podem ser dadas, porque não poderia vive-las. Viva agora as perguntas. Talvez passe, gradativamente, em um belo dia, sem perceber, a viver as respostas. (...) Aceite com grande confiança o que vier, e se vier apenas de sua vontade, se for proveniente de qualquer necessidade de seu íntimo, aceite-o e não o odeie”.RILKE, Cartas a um jovem poeta, pag 43.

terça-feira, 20 de março de 2007

Silêncio


Fotógrafo: Robert Kohlhuber ______________________
Esse silêncio que habita em mim,
E que avança por todos os lados.
É meu remédio
É minha lágrima

A parte estranha de minha personalidade necessita do completo silêncio.
Porque ali habitam pensamentos que dançam na minha mente, e assim.. com a ausência do ruído consigo entendê-los.
Como uma mensagem cantada pelas ondas...
Eu preciso prestar atenção para compreendê-las
Parece que elas estão vindo de outro mundo
E preciso codificá-las
E elas são profundas
Que muitas vezes ultrapassam meu próprio entendimento.

Isso não é lúdico, isso é verdade que ocorre...
Isso não é poesia, é depoimento

sábado, 17 de março de 2007


Desconhecendo totalmente os mistérios do homem, atrevo-me a escrever acerca dos frutos que a árvore da ira produz no ser humano.
É assim como moléstia da alma, que vai corroendo as entranhas, de todo sangue que corre nas veias. É como uma louça suja, uma meia furada. É um sentimento que lateja... desconfortável e só.
O desfalecer da ira traz a insônia, faz o olhar ficar cinza na manhã de sábado, faz você se irritar com um pequeno bichano e odiar aqueles que falam com voz branda.
A ira produz tantos frutos que é fácil entender o “mundo” dos rebeldes. Com uma elevação tão rápida deste cronômetro negro, a única coisa que resta seria mesmo quebrar vidraças, rasgar fotos e lançar ofensas ao vento.
Contudo, se não fosse a magnitude dos bons valores, a ira se perderia como raiz de toda mágoa e, seria antes de mais nada, irremediável.
Mas como toda boa exceção, a ira tem sim um antídoto. Para ter uma visão mais lúdica, melhor dizer que há uma poção, uma fórmula mágica... que por ser tão inadequada aos esteriótipos da sociedade soberba se torna um produto raro e digno de uma boa lenda sobre a busca do tesouro perdido, a cura.
Nos é ensinado que certas regras não devem ser quebradas. Qualquer bom cinéfilo assina embaixo quando se trata de lições em que o mocinho sai sempre em vantagem no final da história. A vingança a todos é incitada de várias maneiras pois para erros não há volta, e para maldades deve ter um troco.
E discretamente vamos absorvendo que para ira não há perdão, não há tolerância. Independente da compreensão que a causou, o sentimento de raiva contra um, uns e umas é visto como natural. Acordemos!

sexta-feira, 16 de março de 2007

Música nossa de cada dia

Parece até um alimento que nos sacia...
Pode começar com um pezinho batendo ou um balançar de ombros.
Música sempre!!

Quantas nos fizeram dançar ...
E em nosso quarto : repeat, repeat, repeat
Quantas nos fizeram chorar ...
Lógico... parente da poesia, ela quebra com nossos alicerces
Quantas nem sabemos a letra.Cantamos errado mesmo.. nem importa...

Quantas são aquelas que dizemos.. essa é a minha música com fulano ou beltrano. Tem gente que o repertório é imenso...

Mas como essas músicas mudam nosso humor, são consolo, revolta, desabafo, diversão, arte, beleza de letra e melodia...Nem me atrevo a falar muito... porque não é meu departamento..
Mas que é bom demais essa trilha sonora ao fundo de boas lembranças ...isso com certeza

E afinal , qual música de minha vida ?

quinta-feira, 15 de março de 2007


Percebo a contagem do relógio de minha vida marcando cada dia
E tenho pressa de viver...
De conhecer mais, de viajar mais, de ler mais, de amar mais
Porque anseio ter boas lembranças

As minhas cicatrizes serão de lições e não de erros repetitivos.
Serão de crescimento e não de tropeços,
Serão de entendimento e não de inconsistências

Porque em silêncio entendo minha força
E revitalizo minha mente.

Sempre vou desejar a constante evolução porque a zona de conforto para mim é demasiadamente irritante e monótona.

Eu quero novos vôos para ter novas visões daquilo que desconheço...
Só assim poderei vivenciar e escrever dias bem aproveitados dessa vida.