quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Aparência versus existência


A sociedade capitalista se apresenta como sociedade do espetáculo.
A ostentação do consumo vale mais que o próprio consumo. A alienação do ser toma o lugar do próprio ser. A aparência se impõe à existência.
Jacob Gorender

Eu, etiqueta (Carlos Drummond de Andrade)

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei

Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais, 
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome nome é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sentido da vida




Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.


(autor desconhecido)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Anote esse nome: Monique Kessous


Cantora surgindo na música brasileira: vale a pena escutar!

Se gostou dessa.. escute dela : Coração ou Levo a minha vida assim

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Relembrando

       Fado: a algum tempo atrás conheci esse gênero musical...
Mas não queria mais ouvir pela carga dramática que carrega, também porque parecia não pertencer a mim, e sim a quem me sugeriu.
    BUT, me apropriei! E aprendi a levar adiante o que é bom. As boas músicas, palavras, versos e lembranças.
    Os dramas, decepções e desatinos ficam apenas para os escritos da madrugada.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Livro genial


   Um dos livros que marcou minha vida de escrita, e também de leitura, e com certeza me fez rever gosto literário foi sem dúvida CEM ANOS DE SOLIDÃO, do colombiano Gabriel García Marquez.

   Na época, me impressionou a complexidade de criar tanta história fantástica em um só livro...Tantos personagens, tantos fatos inusitados, a beleza do realismo mágico expressado em acontecimentos impressionantes.
   O livro conta a criação da cidade de Macondo, que desde sua fundação tem a família (Iguaran/Buendía) como protagonistas.Uma família que ora é descrita com fatos comuns de qualquer grupo social, ora com eventos estranhos e mágicos.Para se ter uma ideia, em um dos trechos da obra , o autor narra com naturalidade, José Arcadio, patriarca da linhagem Buendía, sonhando com cidades de paredes espelhadas, enquanto Macondo é atingida por uma demorada chuva que  apodrece tudo. Ainda temos personagens que saem voando pela janela, fantasmas que conversam com a família, maldições, magias e obsessões amorosas. 
   Considerado um dos 100 melhores livros do século XX, Cem Anos de Solidão é elaborado com genialidade.

   Na época que li, me questionei o esforço de nós, escritores, em produzir algo de qualidade, o esforço em entregar aos leitores algo realmente digno de gastar o tempo do leitor. Confesso, que fiquei meses sem escrever repensando minhas poesias.Me recordo das imagens que eu formava na mente enquanto lia.. e que me deixava intrigada. 
Valeu a pena cada página lida.

RECOMENDO MUITO!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ponto cego?

Postagem de 2009... Poste de novo em 2013. Interessante!


É necessário conhecer os nossos pontos cegos.
Quando os noticiários a um tempo atrás começaram a falar sobre aviação explicando como funciona o tráfego aéreo, uma expressão me chamou a atenção: o "ponto cego", que muitas vezes também é usada para a visão dos espelhos de carros. Um ponto onde a visão não alcança, onde o radar não localiza...
Mas aqui estou falando sobre nossa alma. Aquele lugar onde não conseguimos enxergar os males que convivem conosco que pode ser o convívio com uma pessoa destrutiva, um trabalho desprazeroso, uma escolha errada, hábitos não saudáveis e tantas outras coisas que de alguma forma estão ali, do nosso lado e não percebemos. Nosso radar não consegue ver de imediato. Para essas coisas se faz necessário muita reflexão e maturidade.
Com esse tema é que cito um trecho livro Auto-engano (Eduardo Giannetti)

" As mentiras que contamos para nós mesmos não trazem estampadas na fronte as suas credenciais. A análise dos caminhos suaves do autp-engano ajuda a elucidar o enigma do sofrimento que tantas vezes nos causamos a nós mesmos e uns aos outros - a metamorfose de promessas sinceras em traições obscenas na vida privada e a alquimia de certezas contagiantes em equívocos monstruosos na vida pública." (GIANNETTI,2005. p.146)

NOVO

Sou escritora.
De poesias
Mas também escrevo contos, e crônicas
Mas também leio muito... Então:
Escrevo a respeito de livros,
Literatura é uma arte, e faz parte da área de cultura
Então escrevo a respeito de cultura.
E posto notícias de tudo isso.

Blog antigo com novo layout!



terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Simplicidade

As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Jogos

Bem clichê... a vida é um jogo!

Pois bem. Temos as regras, temos os participantes e temos as apostas.
Quanto às regras... muitas pessoas preferem não cumprir, e mais cedo ou mais tarde vão colher as consequencias... Os participantes parecem desafiar o ciclo do tempo, ciclo da própria vida que cobra cada movimento feito (principalmente os incorretos).
Mas queria mesmo falar das apostas, que poderiam ser traduzidas em expectativas.
Apostamos em várias "casas" no jogo da vida. As casas são nossos sonhos, pessoas, investimentos, tempo, atenção. 
O que fazer quando apostamos na casa errada? Ou colocamos fichas a mais? As expectativas parecem escorrer como água indo pelo ralo.
Quem nunca? Melhor deixar reservas...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Prêmio Barco a Vapor 2013 - Literatura Infantil e Juvenil

O Prêmio Barco a Vapor  é promovido pela Fundação SM nos nove países onde o Grupo SM atua: Brasil, Chile, México, Argentina, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia, Peru e Espanha. A Fundação é o braço do Grupo SM responsável pela realização do concurso.

A iniciativa desse prêmio, que surgiu na Espanha em 1978, tem por objetivo descobrir novos autores, estimular a criação literária nacional e propiciar aos jovens leitores o acesso a textos inéditos e de qualidade. Além do adiantamento por direitos autorais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o autor vencedor tem seu livro publicado na coleção Barco a Vapor de Edições SM.

Para acessar o REGULAMENTO, cliqui
AQUI

  1. O prêmio contempla obras de ficção nos gêneros romance, novela e narrativa breve.
  1. Série Branca: Leitor iniciante a partir de 6 anos: entre 8 e 15 laudas
  2. Série Azul: Leitor em processo a partir de 8 anos: entre 16 e 45 laudas
  3. Série Laranja: Leitor fluente A partir de 10 anos: entre 45 e 90 laudas
  4. Série Vermelha: Leitor crítico A partir de 12 anos: entre 70 e 150 laudas

Vale-Cultura

O Ministério da Cultura abriu um espaço online para que internautas enviem opiniões, sugestões e dúvidas à Comissão que irá regulamentar o Vale-Cultura

O Vale-Cultura é um benefício de R$ 50 mensais concedido aos trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos por mês. Com ele, os trabalhadores poderão acessar serviços e produtos culturais nas áreas de Artes Visuais, Artes Cênicas, Audiovisual, Literatura, Humanidades e Informação, Música e Patrimônio Cultural. A política deve beneficiar aproximadamente 17 milhões de trabalhadores e elevar o consumo cultural em até 7,2 bilhões por ano

Para dar opinião: VALE-CULTURA


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

CONCURSO CULTURAL : Portal Literal

Em 2012, Conde Drácula conversou com Batman, Goya com Picasso, a recém casada Heleninha pediu conselhos a um bicho de pelúcia e muitos outros encontros improváveis se materializaram nas páginas do livro Diálogos Impossíveis, de Luis Fernando Verissimo.

Para celebrar a virada do ano e a recuperação do escritor, o Portal Literal lança o concurso cultural Microdiálogos Impossíveis.

Para participar basta enviar um diálogo inusitado de até 140 caracteres para literal.portal@gmail.com. Dez diálogos selecionados por nossa equipe serão publicados no canal do Portal Literal no Twitter, e os três melhores também receberão um exemplar do livro de Verissimo.
Escreva como título da mensagem Micro-diálogos Impossíveis. O prazo para o envio é até 21 de janeiro. 



Mais informações: PORTAL LITERAL

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Fogo!

Não gosto de revistas femininas... Essas que publicam mil e quinhentas receitas de como ser feliz, como conquistar o amor, como blá, blá, blá.

Mas gostei de ler (ocasionalmente no salão de beleza) essa matéria da Danuza Leão:

Chega de recordações, viva o presente: Danuza Leão revela os perigos da nostalgia


No meio das minhas bagunças de estante, estavam lá.. apostilas antigas da faculdade, fotos de gente que não faz mais parte da minha vida, manuais de coisas que não tenho mais, e algumas agendas...(sete na verdade). Pra quê ??? Coletei as informações que eram úteis e adivinha? FOGO!!!
Fiz questão de queimar cada pedacinho de papel dando tchau para essas lembranças que não somam em nada à vida.. Vamos viver o hoje!