segunda-feira, 5 de maio de 2008

O MITO DA CAVERNA
(do livro A República, de Platão)
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas a frente, não podendo girar a cabaça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa a alta fogueira externa. Entre ele e os prisioneiros – no exterior, portanto – há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela os prisioneiros enxergam na parede no fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginavam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda a sua vida, não vira senão sombra de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Momento Sublime


Era para ser só mais um trabalho da faculdade...

Depois de ler o livro infantil “A vaca voadora” (1972) sugerido para a matéria de Literatura Infantil e Juvenil, fiquei curiosa para saber mais sobre a autora dessa divertida história.
Fui atrás sites e livros que falassem de EDY LIMA, e graças a colaboração de Emilia Miranda, tive a felicidade de manter contato com essa escritora:
Edy Lima é jornalista, ficcionista, teatróloga e roteirista de cinema. Começou a escrever cedo, aos 17 anos. Gaúcha, viveu muito tempo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ganhou vários prêmios com sua obra, entre eles o Jabuti. Seus livros apresentam um mundo em que se mesclam magia, fantasia e histórias simples e delicadas.
Conversei por pouco mais de meia hora com Edy, mas que me valeram muito.
Falamos sobre as leituras da infância, os bons livros, alguns excelentes autores e momentos da história da literatura. Uma conversa agradável com uma pessoa que tinha tanto para me contar... Além de minha curiosidade sobre Mario Quintana e Monteiro Lobato, dos quais ela conheceu, Edy me falou de muitos momentos de sua vida em que a literatura andou de mãos dadas com ela.
No fim da entrevista, ela me deixou uma frase...
“Goste do que você faz, pois além de você fazer bem, isso lhe fará feliz”
E uma sugestão de leitura: A quadratura do círculo (Edy Lima).

Momento sublime para guardar na memória...