quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A poesia que liberta

POESIA CHEGA ÀS PRISÕES
Notícia disponível em TSF, de Portugal



Filipe Gomes quer incentivar o gosto pela leitura aos reclusos de várias prisões portuguesas através da poesia com o objetivo de ajudar a integração social de quem está preso.
Durante a sua visita ao Estabelecimento Prisional de Braga, depois de perguntar se algum dos presos gostava de ler e, em particular, se gostavam de poesia, Filipe Gomes perguntou aos reclusos se conheciam os versos de "Ser Poeta", de Florbela Espanca.
Com este tipo de iniciativas, se pretende trabalhar a liberdade, a família, a justiça e o amor com momentos em que as palavras se fazem sentir no interior dos reclusos.
"Aquilo que me preocupa é motivar para a leitura da poesia, mas tentar mostrar alguns poemas que podem ser interpretados de uma maneira positiva e que, mesmo que não sejam entendidos naquele momento, se calhar podem ficar na memória", explicou.
Além de Espanca, foram declamadas poesias de Eugénio de Andrade, Charles Baudelaire e Mário Cesariny.
"Reavivei a ideia de que realmente a poesia é um bom fruto de acolhimento», afirmou um dos presos"
SER POETA (FLORBELA ESPANCA)
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

2 comentários:

  1. que iniciativa ótima, com certeza isto pode ser responsável por ajudar muitas vidas a retomarem o "caminho"...para mim a poesia é uma terapia...
    adorei o poema de Florbela Espanca, não conhecia, genial!!
    boa sexta!!
    bjs

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  2. Oi Beatriz,
    foi muito bom visitar seu blog e ler esta notícia. E ver que cada vez mais há coisas muitos interessantes para nos fazer voltar a ele.
    Um grande abraço,
    Aníbal

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