sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A gente não quer só comida!

Quinta-feira, 4 de nov de 2008:

No salão de beleza, uma psicóloga comenta que está indo na próxima semana atender as vítimas de Blumenau que estão apresentando problemas emocionais gravíssimos.

Sexta-feira, 5 de nov de 2008:
Leio a notícia no Terra sobre o trabalho dos psicólogos.

Essas pessoas estão com fome de comida, esperança e VIDA!

Psicólogos levam terapia a vítimas da chuva em SC
Francisco de Assis
Fonte: TERRA

Há pelo menos uma semana, um grupo de psicólogos tem percorrido as ruas de Blumenau (SC) para levar auxilio aos alojamentos e abrigos montados para as vítimas da chuva no Estado. O objetivo é dar apoio relacionado à reconstrução psíquica e à segurança mental dos flagelados.

"Nosso trabalho é focado exclusivamente às vítimas da enchente, principalmente nos adultos, que estão mais abalados emocionalmente, mas atendendo, também, paralelamente, crianças e adolescentes", contou a psicóloga clínica Maria Julia Zimmermann.

As sessões são realizadas nos próprios abrigos que solicitam auxílio. O Grupo de Apoio para as Vítimas da Enchente, como foi batizado, prioriza as pessoas que apresentam histórias de sofrimento prévio e que tenham relatos de separação ou perda de parentes e amigos.

"Tem sido muito gratificante ouvir essas pessoas. A gente vê de perto as necessidades", comentou a estagiária de Psicologia e co-terapeuta Silvia Marinho. O grupo deixa com que as pessoas se expressem normalmente, sem a utilização de técnicas para uma maior abertura.

"Pessoalmente, como um todo, estamos sofrendo. Evidentemente, fomos preparados para não ficarmos abatidos. Esse é o nosso trabalho, a nossa vocação, mas não dá para ficar insensível numa situação como essa", afirmou o supervisor do grupo, o psiquiatra Marco Aurélio Cigognini.

As terapias acontecem nos alojamentos em dois horários distintos. Pela manhã, quando as pessoas chegam para o almoço, e à noite, quando voltam das ruas. "Cheguei a ser rejeitada em um alojamento porque não fazia parte do bairro", contou uma das pacientes. "Estou pagando por uma casa que não existe mais", afirmou outra vítima.

Um dos casos que mais chamou a atenção da equipe foi o de uma criança que, por pouco, não se afogou e, ao chegar no alojamento, estava traumatizada. "Ela estava cheia de barro. Havia lama por todo o corpo. Colocamos ela no chuveiro e ela berrava 'água não! água não!'", contou Silvia.

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