Exercitando o que venho aprendendo da Oficina de Formação de Escritores, segue um dos primeiros contos que produzi lá:
Rasgado
Suas mãos buscavam tocar a ferida próxima do umbigo. A sensação úmida o fazia pensar que estava sangrando. Buscava ser doce com seu corpo, mas realista com suas frustrações.
Com um cobertor de pelos que cheirava a guardado e suor ele tentou proteger sua chaga. Esfregou os dedos no travesseiro para limpar do líquido que escorria da ferida e voltou a dormir.
Rompeu a noite em transgressões. Mas ao acordar via que era romântico demais para realizar o que os sonhos mostraram. Por isso negava o tempo todo suas indagações:
- Não poderia fazer um café para mim?
- Você não sabe me dizer onde fica essa rua?
- Não quer me ajudar ..?
Não, ele não queria mudar o sonho, e também não queria limpar a ferida.
Nossa, deu uma agonia! Gostei, formaram-se imagens bem vívidas na minha cabeça... Parabéns!
ResponderExcluiré tão bom ter uma ferida, não é?
ResponderExcluiro ritual de ter que limpá-la também me atrai...rss
manda esse sim!
beijoca
Perdi a conexão da ferida e do sonho. Mas gostei bastante do final: "não mudar o sonho, tampouco a ferida".
ResponderExcluirBjs!
Oi Poetriz!
ResponderExcluirNa minha visão ele era uma pessoa que queria ser mais audacioso, mas não tinha coragem de mudar, ou de mexer na ferida.
Sonhava ser uma pessoa corajosa, mas acordava e estava ali..sem mudar nada.
Obrigada pelos comentários